Cães reconhecem emoções humanas? Entenda o que a ciência já comprovou

Cães reconhecem emoções humanas? Entenda o que a ciência já comprovou

Cães reconhecem emoções humanas? Veja o que a ciência revela sobre essa conexão

Autora: M.V. Mayara Zeleniakas Giannocaro – Médica-veterinária e diretora da Oberon Vet 24h

A inteligência emocional dos cães

Quem convive com um cão sabe: basta uma mudança de tom de voz ou um olhar triste para que ele perceba algo diferente. Pesquisas recentes confirmam que os cães são capazes de identificar emoções humanas — e vão além disso: eles usam essa leitura para guiar o próprio comportamento.

De acordo com Albuquerque e Resende (2023), cães não apenas reconhecem expressões faciais e tons de voz, mas tomam decisões baseadas nelas. Por exemplo: evitam pessoas com expressões negativas e se aproximam das que demonstram alegria ou calma.

Como os cães interpretam nossas expressões

Os cães utilizam várias pistas emocionais humanas ao mesmo tempo — como rosto, corpo, voz e até cheiro. Segundo Albuquerque et al. (2016), eles discriminam emoções positivas e negativas tanto em humanos quanto em outros cães, mostrando uma notável capacidade de leitura social.

Pesquisas de Buttelmann & Tomasello (2013) mostraram que cães conseguem usar expressões humanas para resolver problemas, como escolher entre dois recipientes com comida, confiando no rosto mais “amistoso”.

Emoções compartilhadas: o reflexo humano no comportamento do cão

A ciência comprova que as emoções humanas causam respostas fisiológicas reais nos cães. Estudos de Yong & Ruffman (2014) e Siniscalchi et al. (2018) demonstram aumento de cortisol e alterações na frequência cardíaca quando o cão ouve o choro de um bebê ou percebe uma expressão negativa.

Isso significa que nossas emoções influenciam diretamente o bem-estar físico e emocional dos cães. Ambientes tensos, vozes altas ou expressões de raiva podem afetar o comportamento e até a recuperação clínica de um animal.

Na clínica veterinária: emoção é ferramenta de cuidado

Durante o atendimento veterinário, cada gesto importa. O tom de voz, o olhar e a postura da equipe impactam diretamente o nível de confiança e estresse do paciente.

Protocolos como o “Fear Free” se baseiam nessa ciência: quanto mais previsível e emocionalmente estável for o profissional, mais seguro o cão se sente. No hospital, o ideal é que cada interação seja gentil, calma e coerente — criando um ambiente de confiança e reduzindo o medo associado ao consultório.

Em casa: a emoção como linguagem de convivência

A convivência diária reforça o papel da emoção como forma de comunicação. Cães observam constantemente o tutor para entender se algo é seguro ou não — fenômeno chamado referência social (Merola et al., 2012; Fugazza et al., 2018).

Manter coerência entre o que sentimos e o que expressamos facilita o aprendizado, melhora a resposta aos comandos e fortalece o vínculo afetivo. Ou seja, a emoção é uma linguagem — e o cão a entende melhor do que imaginamos.

O que a ciência ainda busca compreender

Embora os avanços sejam grandes, pesquisadores continuam explorando como os cães integram múltiplas pistas emocionais (visual, sonora e olfativa) e como o vínculo afetivo influencia essa leitura. Estudos com amostras mais diversas e em diferentes contextos culturais devem ajudar a refinar estratégias de manejo, adestramento e atendimento clínico.

Conclusão: uma relação que vai além das palavras

Cães não apenas convivem conosco — eles nos leem, nos sentem e nos respondem. Reconhecer essa capacidade é essencial para oferecer uma convivência equilibrada e um cuidado veterinário verdadeiramente empático.

Na Oberon Vet 24h, nossa missão é unir ciência e sensibilidade para cuidar do corpo e das emoções de cada paciente, sempre respeitando sua forma única de sentir o mundo.

Referências

  • Albuquerque, N., & Resende, B. (2023). Dogs functionally respond to and use emotional information from human expressions. Evolutionary Human Sciences, 5:e2.
  • Albuquerque, N. et al. (2016). Dogs recognise dog and human emotion. Biology Letters.
  • Buttelmann, D., & Tomasello, M. (2013). Can domestic dogs use referential emotional expressions to locate hidden food? Animal Cognition.
  • Ford, G., Guo, K., & Mills, D. (2019). Human facial expression affects a dog’s response to conflicting gestural cues. Behavioural Processes.
  • Yong, M. H., & Ruffman, T. (2014). Emotional contagion: dogs and humans show similar physiological response to infant crying. Behavioural Processes.
  • Siniscalchi, M. et al. (2018). Lateralized and physiological responses to human vocalizations in dogs.
  • Merola, I. et al. (2012, 2014). Social referencing and emotional understanding in dogs.
  • Fugazza, C. et al. (2018). The lasting effect of social referencing in puppies.

Cuide com emoção, cuide com ciência

Como a Oberon Vet aplica isso no cuidado diário

Na Oberon Vet 24h, treinamos a equipe para exibir sinais emocionais consistentes e acolhedores, reduzindo estresse, facilitando exame/diagnóstico e segurança do paciente. Quer saber como adaptar o ambiente e as interações para o perfil do seu cão? Agende uma avaliação comportamental integrada com nossa equipe.

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